sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

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pára; deixa teu suor se confundir
com a água da chuva
teu corpo fatigado
em pauladas tórpes
precisa sentir
carícias em suas curvas

fica, deixa essa água cair
gelando teus ombros
escorrendo em pingos teus cabelos
jogando pra baixo do inferno
teus escombros
tapeando teus desesperos!

vai, a mágoa vai passar
palavras duras
e não's frios sairão pele a fora
teus pêlos sentirão calafrios:
é a água levando
teus pensamentos doentios

todos fecharam suas janelas
- observam, distantes, pelo vidro
... mas espinhos são levados pelo vento
como suas vontades, impecilhos
vazios, sem tempo e desafio

tira, chinelos ficam lá!
te entrega mais a essa chuva:
ela é de graça
e nao traz desgraça
não a desfaça!

pois permanece santa
quando cai com calma
pura e gelada, desce agora
em teus poros, tua alma

tua fala em tua garganta tranca
grita! ao menos uma vez essa desordem

lamenta então ao rio que passeia em tua área
tuas dores aliviarão em água.

3 comentários:

Juliano disse...

um belo cenário de mágoas indo embora na chuva, lindona.

Richard disse...

Melancolia e maturidade. Estou gostando de ver! Um abraço saudoso.

Jun disse...

vamos tomar banhos na chuva, nos encher de nós e o resto a gente deixa pra depois. SAUDADES!!!! beijones