terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estadão e Folha se posicionam em seus editoriais


Ainda que não cause nenhum espanto, a declaração dos dois grandes jornais, às vésperas das eleições, finalmente mostrou suas opiniões de forma mais explícita e agora, oficial



Em editoriais nas edições do último domingo (26), os jornais Folha de S.Paulo e O Estadão se posicionaram a respeito da sucessão presidencial no País. Por mais claro que já pudesse estar cada afinidade política dos veículos, o fato é que: não fossem as críticas à imprensa feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias expressando sua real desmotivação com a realidade monopolista e partidária da mídia convencional, talvez o Brasil não teria acesso a tanto disparo dos jornais, agora declarados, em seus editoriais, com palavras carregadas de repúdio ao mandato de Lula.

O Estadão declarou apoio ao candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. A Folha criticou o presidente Lula e a "candidata oficial", Dilma Rousseff, do PT, e disse procurar manter uma orientação de "independência, pluralidade e apartidarismo editoriais".

Os dois jornais manifestaram oficialmente sua posição três dias depois de o presidente Lula afirmar, em entrevista exclusiva ao Terra, que a comunicação no País "é dominada por nove ou dez famílias" e que a imprensa "tem candidato e partido". Lula afirmou que os meios de comunicação deveriam manifestar claramente sua posição, em vez de defenderem "uma neutralidade disfarçada".

De acordo com Marcelo S. Duarte, do La Vieja Bruja, o“Editorial que poderia ter entrado para a história recente da democracia brasileira como exemplo de amadurecimento da liberdade de expressão, respeito ao processo eleitoral e à cidadania, acabou revelando todo o ódio de classe que a elite paulista nutre pelo projeto político petista para o Brasil.”

Sugiro a leitura do texto na íntegra.


Contudo, o Brasil se encontra em mais um momento histórico de sua democracia e contexto da atual realidade que a mídia se encontra. Cada dia que se aproxima do esperado e temido 3 de outubro, faz com que uma 'surpresa já esperada' venha a tona e marque, para sempre, -ao menos na memória daqueles que buscam uma reflexão maior- a política, no País. A parcialidade de ideias e posições declaradas faz com que mais visivelmente percebamos a cara editorial dos veículos mais representativos, através de sua notoriedade, em distribuição e até mesmo em influência na opinião pública.

Nobre e justo se declarar, indiscutivelmente. Expressa coerência com a liberdade de imprensa e clareza de posições.
Entretanto, estúpido usar o desconhecimento e a invisibilidade a questões que, ainda com altos e baixos, mudaram progressivamente a realidade de um País. Não é necessário voltar muito ao tempo e lembrar que antigamente, através de governos mais elitistas, o Brasil encontrava-se à margem de uma constante estagnação econômica e num declínio da manifestação da cidadania entre os nossos brasileiros.

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